O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva e irreversível, descrita pelo alemão Alois Alzheimer em 1907. Seus sintomas manifestam quando a afecção da doença já está evoluída e os principais são perda da memória, diversos distúrbios cognitivos e alterações motoras. A doença de Alzheimer DA pode ser de acometimento tardio ou precoce. Geralmente o acometimento precoce surge ao redor dos 40 anos de idade e quando o acometimento é tardio, a incidência é ao redor dos 60 anos, ocorrendo de forma esporádica.

Os Estágios da Doença

     No estágio inicial o portador da doença passa apresentar perda de memória episódica e dificuldade de entender e realizar novas tarefas. A partir desses sintomas iniciais irão surgir outros comprometimentos cognitivos como, redução a capacidade de julgamento, habilidade de realizar cálculos, capacidade de abstração e habilidades visuoespaciais.

     Na fase intermediária geralmente surge a afasia, que caracteriza a dificuldade em nomear objetos ou escolher a palavra certa para expressar idéias, assim como apraxia, que é a impossibilidade de executar movimentos coordenados (marcha, escrita).

       Nos estágios finais da doença, as alterações são mais visíveis, é possível observar desregulação do sono, comportamentos alterados, como irritação e agressividade, sintomas psicóticos, dificuldade para caminhar, falar e realizar autocuidados. O déficit progressivo da memória tem sido apontado com pivô do declínio da execução das atividades de vida diária AVD, pois o comprometimento cognitivo global está relacionado com o declínio funcional. Outras alterações também podem ser observadas além das mudanças cognitivas e comprometimentos nas AVD em portadores de DA, como anormalidades, distúrbios de marcha (redução da velocidade da marcha, diminuição do comprimento do passo e redução na largura do passo), diminuição da força de membros superiores e inferiores e alterações no controle postural.

     O comprometimento cognitivo leve em idosos já acarreta déficit de equilíbrio e coordenação, o que os levam a diminuir os níveis de atividade física, colaborando com um aumento de risco de lesões, quedas e fraturas. Contudo, idosos com comprometimento cognitivo estão mais sujeitos a quedas, sendo seu risco duas vezes maior do que em idosos sem o comprometimento. Essas alterações de equilíbrio e coordenação estão diretamente associadas a perda da independência e qualidade de vida.

Os Benefícios do Método Pilates na Doença do Alzheimer

     O método Pilates traz muitos benefícios aos portadores da DA, por ser uma atividade física altamente adaptável e abrangente, podendo ser realizado estando o indivíduo em qualquer fase da doença, destacando que, quanto antes se iniciar as atividades maior serão os seus benefícios.

     Na fase inicial da DA o Pilates se faz muito importante, pois o objetivo é retardar ao máximo as alterações que irão aparecer. Manter a força e elasticidade muscular, evitar encurtamentos, deformidades, trabalhar a mobilidade das articulações em toda sua amplitude, manter o equilíbrio, coordenação motora, melhorar a qualidade do sono, a circulação sanguínea e proporcionar bem-estar aos seus praticantes, são benefícios alcançados com a prática do método.

     Nas fases intermediárias e avançadas da DA o objetivo do método é evitar maiores comprometimentos musculares e articulares principalmente, incentivar o retorno as AVD e independência, afim de manter o indivíduo mais ativo possível, retardando a progressão da perda motora e alterações no equilíbrio, prevenindo quedas e melhorando assim a qualidade de vida.

Elaboração: Professora e Fisioterapeuta Camila Souza

Fontes:

Ortiz, Karin Zazo, and Paulo Henrique Ferreira Bertolucci. "Alterações de linguagem nas fases iniciais da doença de Alzheimer." Arq Neuropsiquiatr 63.2-A (2005): 311-17.

Fridman, Cintia, et al. "Alterações genéticas na doença de Alzheimer." Archives of Clinical Psychiatry (São Paulo) 31.1 (2004): 19-25.

Smith, Marília de Arruda Cardoso. "Doença de Alzheimer." Revista Brasileira de Psiquiatria 21 (1999): 03-07.

Steinmetz, GOA, JD Chaves e MM Sales. "O efeito de uma sessão de Pilates sobre o desempenho cognitivo de idosos." Jornal Brasileiro de Ciência da Saúde 1.1 (2015).